Muitas
vezes, precisamos elevar-nos às majestosas alturas do encontro da força física
com a força da alma.
REVISTA
VICEJAR – TEXTOS E MENSAGENS
No
dia 4 de abril de 1968, o pastor protestante e ativista político Martin Luther
King Jr. foi assassinado, na cidade de Menphis, nos Estados Unidos. Decorridos
50 anos de sua morte, vemos um mundo onde explodem momentos e ideais de
intolerâncias, em todos os segmentos. Abaixo, publicamos um texto de Luther
King, com a intenção de estimular a reflexão sobre o momento atual:
“Quando os arquitetos da nossa república
escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração da
Independência, estavam assinando uma nota promissória de que todo norte
americano seria herdeiro. Essa nota foi a promessa de que todos os homens, sim,
homens negros assim como homens brancos, teriam garantidos os inalienáveis
direitos à vida, liberdade e busca de felicidade.
Mas existe algo que preciso dizer à minha
gente, que se encontra no cálido limiar que leva ao templo da Justiça. No
processo de consecução de nosso legítimo lugar, precisamos não ser culpados de
atos errados.
Não procuremos satisfazer a nossa sede de
liberdade bebendo na taça da amargura e do ódio. Precisamos conduzir nossa
luta, para sempre, no alto plano da dignidade e da disciplina. Precisamos não
permitir que nosso protesto criativo gere violência física. Muitas vezes,
precisamos elevar-nos às majestosas alturas do encontro da força física com a
força da alma; e a maravilhosa e nova combatividade que engolfou a comunidade negra
não deve levar-nos a desconfiança de todas as pessoas brancas.
Isto porque muitos de nossos irmãos
brancos, como está evidenciado em sua presença hoje aqui, vieram a compreender
que seu destino está ligado a nosso destino. E vieram a compreender que sua
liberdade está inextricavelmente unida à nossa liberdade. Não podemos caminhar
sozinhos. E quando caminhamos, precisamos assumir o compromisso de que sempre
iremos adiante. Não podemos voltar.
Digo-lhes hoje, meus amigos, embora nos
defrontemos com as dificuldades de hoje e de amanhã, que eu ainda tenho um
sonho. E um sonho profundamente enraizado no sonho norte americano.
Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação
se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios: ‘Achamos que
estas verdades são evidentes por elas mesmas, que todos os homens são criados iguais’.
Eu tenho um sonho de que, um dia, nas
rubras colinas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos
senhores de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho de que, um dia, até mesmo
o estado de Mississipi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, será
transformado num oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho de que meus quatro
filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua
pele e sim pelo conteúdo de seu caráter.
Quando deixarmos soar a liberdade, quando a
deixarmos soar em cada povoação e em cada lugarejo, em cada estado e em cada
cidade, poderemos acelerar o advento daquele dia em que todos os filhos de
Deus, homens negros e homens brancos, judeus e cristãos, protestantes e
católicos, poderão dar-se as mãos e cantar com as palavras do antigo espiritual
negro: ‘Livres, enfim. Livres, enfim. Agradecemos a Deus, todo poderoso, somos
livres, enfim’.”
REVISTA
VICEJAR
TEXTO:
Martin Luther King Jr.
FONTE: “
pensador.com ”
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