Savanas da vida: terminologia inventada das espécies - I

“Indivíduos deste grupo costumam realizar as tarefas do dia a dia de forma centrada e serena, sem sobressaltos.”

REVISTA VICEJAR – ATUALIDADE E COMPORTAMENTO


Na selva da vida, o que não falta são espécies interessantes, com suas características ostensivas e distintas entre si. E viver em meio a tanta diversidade pode ser confuso e bastante complexo. Pensando nisso, resolvi fazer uma sistematização sobre o assunto, relatando as minhas observações. Apenas atente, leitor, que estas não têm cunho científico, e sim empírico, minha terminologia é arbitrária, mas de fácil entendimento.

Abordarei duas espécies amplamente conhecidas e, até esse momento, ainda não classificadas: o Homo tormentum cronicus e o Homo pacificum frequenti (com o intuito de facilitar a leitura, em alguns momentos vou abreviar a nomenclatura, mas sempre deixando claro a espécie referida). Ambos são encontrados nas savanas empresariais e também nas savanas dos lares, e suas características são claras e divergentes.

Homo pacificum frequenti (começaremos por ele) é o indivíduo que deseja fundamentalmente ter paz na vida, paz é o seu alimento principal, e é isso que mais o move. Pelo fato de ela ser geralmente escassa e de difícil cultivo, o pacificum anda frequentemente faminto e, às vezes, abatido. Mas, por isso mesmo, ele tende a ser autossuficiente: se não encontra seu alimento em abundância, ele mesmo o produz, ainda que em pequena escala.

Indivíduos deste grupo costumam realizar as tarefas do dia a dia de forma centrada e serena, sem sobressaltos. Como a sua principal preocupação é ter sossego, buscam se ocupar de suas atividades sem incomodar os outros ao seu redor. Por serem focados eminentemente em seus projetos e suas buscas, também não gastam grande parte do seu tempo julgando e analisando as espécies vizinhas. Às vezes podem apresentar um comportamento até considerado antissocial. Mas, na verdade, podem estar apenas poupando energias para a produção do alimento vital para a sua sobrevivência.

São mansos e dóceis por natureza, dão um boi para não entrar numa briga e uma boiada inteira para permanecer fora dela. Entretanto, quando confrontados com o Homo tormentum num espaço de tempo muito alargado, com interação intensa e recorrente, podem, sim, apresentar atitudes agressivas e radicais sem precedentes no histórico de seu comportamento, deixando o tormentum pasmo de uma forma também sem precedentes na linha do seu comportamento...

Já o Homo tormentum cronicus muitas vezes se apresenta pareado com a espécie supracitada. Mas as suas características e as minhas conclusões a respeito da interação entre eles são um assunto que deixarei para a próxima crônica.

LEIA TAMBÉM: 








 TEXTO: Elaine Regina Vaz 
INSTAGRAM: @elainereginavaz 
Elaine Regina Vaz é escritora, revisora e formada em Administração de Empresas pela Universidade Federal da Bahia. Escreveu seu primeiro poema aos 10 anos de idade. Mas só a partir de 2011 começou a se dedicar mais seriamente à poesia. Em 2019, volta a atuar como poeta de forma mais sólida e divulga seu trabalho em mídias sociais, além de começar a maturar contos e crônicas. 
_______________________________________________________________
A articulista atua como Colaboradora deste Blog e o texto acima expressa somente o ponto de vista da autora, sendo o conteúdo de sua total responsabilidade.

Comentários