Amor-flor

“Quando as pétalas choram,

não se curva: segue” 

REVISTA VICEJAR – LITERATURA ( Poesia )

O meu amor tem o ímpeto das flores. 
É de tempo recoberto. 
E desmente o efêmero das épocas.

Quando as pétalas choram,
não se curva: 
segue.
Coberto pelo manto de natureza injusta,
mas que sempre se dissolve na essência em correnteza
que faz uma flor ser sempre flore, ainda que nova, ser sempre a mesma.

 POESIA: Elaine Regina Vaz 

INSTAGRAM: @elainereginavaz

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A poesia é uma forma de expressão particular dentro do universo da literatura. É um arranjo de palavras, dispostas de uma maneira especial, com a finalidade de permitir ao leitor saborear o conteúdo e extrair a conclusão pessoal do que se lê.

Dentro da linguagem poética, existem basicamente tipos textuais como o poema, o soneto e a poesia. No caso dos dois primeiros, faz-se necessário uma estruturação estética na disposição dos versos, dentro de uma métrica e cadência dos termos empregados.

A poesia, no entanto, permite maior liberdade, sem ater-se a padrões estabelecidos, ou obrigatoriedade de rimas. Um verso poder ser longo (provocativo ou complementar) e o seguinte ter apenas uma única palavra, capaz de dar a tônica da ideia, de maneira concisa.

Sendo assim, temos o texto “Amor-flor” da escritora e poeta Elaine Regina Vaz. Podemos observar na poesia o uso de metáfora, um termo figurativo comparável a outro, que guarda relação peculiar com a ideia original. Vejamos:

O título “Amor-flor” é uma palavra composta, concebida pela autora, com a finalidade de ressaltar, metaforicamente, a beleza contida no amor e, ao mesmo tempo, a fragilidade desse sentimento.

No trecho, “desmente o efêmero das épocas”, mostra que o amor é duradouro e que simplesmente não passa com o caminhar do tempo. E, apesar de ser frágil, a pétala se curva pelo peso da lágrima, mas “segue”! Destaque para a força de uma única palavra no verso, com a intenção de mostrar o firme propósito de seguir, apesar dos pesares.

No final, atem-se ao fato de que tudo na natureza está sujeito a mudanças, entretanto as transformações se desenrolam paulatinamente, mas que a essência, sensivelmente experimentada, ainda prevalece.

Desse modo, temos um texto em que não cabe lançar sobre ele um olhar na busca da razão contida. Todavia, como em toda poesia, mantém seus aspectos de leveza e encanto, que convidam o leitor para o exercício da reflexão.

TEXTO: Revista Vicejar

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