“O tempo que nos faltava, passou a restar. Fugindo numa
ampulheta da incerteza.”
REVISTA VICEJAR - ARTIGOS E OPINIÕES
No final de 2019, quando comemos as passas e brindamos o novo ano com champanhe tínhamos já projectado o ano de 2020, para todos os cenários possíveis, menos para o actual.
Num curto espaço de tempo sentimos a terra a fugir, e tudo que nos preocupava passou da teoria à prática. O tempo que nos faltava, passou a restar. Fugindo numa ampulheta da incerteza. A família para a qual não tínhamos tempo, passou a ser o centro do nosso mundo (para quem já não o era). A sua saúde a nossa maior riqueza.
No virar da esquina percebemos que um dia somos muito e em outro não somos nada. Que o/a outro/a depende da nossa conduta. Que não vivemos sós, mas sós temos que ficar.
A natureza pediu para ser contemplada. Observada quase ao longe, uma miragem. As paredes da casa passaram a ser um refúgio, quando antes eram um muro.
O medo consagrou-se dentro de nós, podemos fingir não o ter. É ridículo, todos/as o sentimos. Ele existe ao abrir dos olhos nas manhãs de incerteza.
Os sonhos, estão amarrados. Adiados. Salvemos a vida. A nossa, a dos/as nossos/as. A de todos/as.
Paramos. Sentimos. A mensagem do mundo aflito, poeticamente exaltado pelos poetas que agora sentem, o que já sentiam, que tudo fugia sem nexo...
Faz a tua parte, para o amanhã ser a primavera de o existir. Faremos um poema de vitória, da consagração do verbo Amar.
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