O perdão nosso de cada dia

“Precisamos nos perdoar, tanto quanto aos outros, e isso é tarefa difícil...”

REVISTA VICEJAR – ARTIGOS E OPINIÕES

Desde que nascemos aprendemos sobre Deus, o certo e o errado, escolhas, a lidarmos com as adversidades. Aprendemos que o amor é  a base de sustentação do mundo para um mundo melhor.

Que o perdão nos livra da sobrecarga e da exaustão emocional, e que o outro talvez nem mereça, mas nos compadecemos dessa triste realidade rotineira... Sim, todos os dias necessitamos liberar perdão ou temos a compaixão de sermos perdoados por algo e por alguém. 

E como fica a discórdia nossa de cada dia, o pecado de abandonar à  própria sorte os murmúrios de pensamentos insanos?

Sim, porque propriamente não somos uns serumaninhos assim tão bonzinhos. Não com nossos pedaços amontoados em atitudes grotescas e desnecessárias, com violentas palavras à caneta aberta em um pálido papel. Sim! Por vezes ou inúmeras vezes somos cruéis... até com nós mesmos.

Precisamos nos perdoar, tanto quanto aos outros, e isso é tarefa difícil, admitir que somos capazes de frente ao espelho, olho no olho:

– Ei, eu te perdoo!

És capaz? Sentes essa necessidade ou incapacidade de o admitir?

O crescimento acontece quando confrontamos aquilo que somos ou nos tornamos, para então realmente nos tornamos na melhor versão de nós mesmos. Não aquela esperada por todos, mas sim aquela que ansiamos desde o primeiro momento em que somos confrontados com o fato de que: Não somos capazes de perdoar! E o mais insensato de todos... perdoar a nós mesmos.

Aprendemos que a vida é curta... a vida são dois dias, quatro só o carnaval.

E então?

E agora José?

Que a luz apagou e a festa acabou...

E agora josés?

E o perdão nosso de cada dia?

Fica na prece ao fim da noite?

Ou ao agradecer ao começar do dia?

Então?

Já perdoou alguém hoje?

Já se perdoou hoje?

Nem tudo se acaba em carnaval... mas a vida continua sendo apenas dois dias.

E agora?

 TEXTO: Flaviane Borges  

FACEBOOK: Depois-daqueles-dias 

Flaviane Borges Gomes, nascida aos 25 de setembro de 1981, em Dom Cavati, interior de Minas Gerais. Completou seus estudos na Escola Estadual Profa. Ilma de Lana Emerik Caldeira, em 1999. Despertou gosto pela escrita desde muito cedo, embora tenha um vasto material escrito, dentre poesias, frases filosóficas, textos e afins, o que fez por amor à escrita em seus momentos sós. Participou da Antologia "Arte em Poesia", pela Editora Sol. É autora da "Página depois daqueles dias", que leva o nome do seu primeiro livro a ser publicado em breve. Hoje luso-brasileira, reside em Portugal, onde continua sua jornada no mundo da escrita.

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