"Essa é a deliciosa dádiva que um poeta de alto nível consegue nos presentear."
REVISTA VICEJAR – ARTE E CULTURA ( Música )
MÚSICA: Se eu quiser falar com Deus
(Composição e interpretação: Gilberto Gil)
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos dos meus sonhos
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E, apesar do mal tamanho,
Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada...
Do que eu pensava encontrarEssa música de Gilberto Gil é uma síntese da ideia de quantas são as maneiras que se pode utilizar para se conceber o conceito de Deus.
Ao apontar para as várias maneiras possíveis de se encontrar Deus, a letra dessa música expõe de forma clara, pelo menos aos meus olhos, as possibilidades de alcançar a compreensão do conceito através dos diversos caminhos.
Além disso, apesar de a última frase da música indicar a chance de alcançar algo completamente novo ao final do caminho, ao reafirmar o “nada” várias vezes seguidas, deixa transparecer sutilmente a probabilidade de não encontrar absolutamente nada realmente em seu término.
Essa é a deliciosa dádiva que um poeta de alto nível consegue nos presentear: alcançar em poucas linhas a síntese de uma grande ideia.
TEXTO: Alex Francisco Paschoalini
FACEBOOK: Projeto Prisma - Desenvolvimento da Consciência Humana
Alex Francisco Paschoalini é graduado em Ciências Contábeis, licenciado em Filosofia e pós-graduado em Educação. Professor na área de Gestão no Centro Universitário SENAC Águas de São Pedro-SP e nos cursos técnicos da ETEC Gustavo Teixeira, em São Pedro-SP, e como professor de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio, na mesma ETEC. Escreve poesias, contos e crônicas e tem formação em Terapias Holísticas, em especial na técnica de Respiração Holotrópica e Renascimento. Seus textos “Crises necessárias” e “A guerra de cada um” foram publicados no Jornal de Piracicaba em 2013. É compositor, em parceria, de 20 músicas, de diversos estilos. É autor de “Caminho das flores”, “Sociedade dos sete caminhos” e “Diário de um coveiro”, romances para lançamento em breve (aguardando patrocínio)..
_______________________________________________
O articulista atua como Colaborador deste Blog e o texto acima expressa somente o ponto de vista do autor, sendo o conteúdo de sua total responsabilidade.
Alex Francisco Paschoalini é graduado em Ciências Contábeis, licenciado em Filosofia e pós-graduado em Educação. Professor na área de Gestão no Centro Universitário SENAC Águas de São Pedro-SP e nos cursos técnicos da ETEC Gustavo Teixeira, em São Pedro-SP, e como professor de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio, na mesma ETEC. Escreve poesias, contos e crônicas e tem formação em Terapias Holísticas, em especial na técnica de Respiração Holotrópica e Renascimento. Seus textos “Crises necessárias” e “A guerra de cada um” foram publicados no Jornal de Piracicaba em 2013. É compositor, em parceria, de 20 músicas, de diversos estilos. É autor de “Caminho das flores”, “Sociedade dos sete caminhos” e “Diário de um coveiro”, romances para lançamento em breve (aguardando patrocínio)..
_______________________________________________
O articulista atua como Colaborador deste Blog e o texto acima expressa somente o ponto de vista do autor, sendo o conteúdo de sua total responsabilidade.
Comentários
Postar um comentário