“Portanto, venha! Pois entre o ontem e o amanhã, o agora é tesouro achado, nas mãos daqueles que amam...”
REVISTA VICEJAR – LITERATURA ( Crônica )
_____Venha, anoitece agora. O Sol se despede do Ocidente, para despertar do outro lado do mundo e queimar os corações vazios. Rezo uma oração, todas as vezes que você se encolhe em meus braços curtos e quentes. Aperto-te forte, para que esqueças das feridas riscadas sobre tua pele já cansada.
_____Então, venha! Não temos muito tempo. Contudo, enquanto ele se distrai com o balé das horas, permaneço aqui contigo, nessa luta brusca que é viver. E tudo aquilo que nos é permitido, devemos abraçar como se fosse nossa última e única missão.
_____Por favor, venha! Agora assistimos ao nascimento das joias de Deus a despontar no horizonte. Veja o formato delas, de como cintilam, de como piscam, conforme o ritmo que mais lhes agradam.
_____Por isso, venha! Não há fuso horário, linhas ou meridianos que nos separem. Dos traços imaginários, prometo desenhar uma ponte que sirva de passagem para nossa união: o amor.
_____Venha, porque das dores amorteço a certeza de que o amanhã é uma folha em branco, que logo será escrita com letras tortas ou lineares, versos datilografados de talvez...
_____Então, venha! Porque a vida, meu amor é o sopro do vento, a neblina da manhã, a chuva de verão, o sorriso roubado e o beijo sonhado. Venha, porque não podemos desprezar os gestos de amor e muito menos a Lua, que belisca as pontas do teu telhado.
_____Venha, segure firme! Você sabe que o tempo é o mestre dos ponteiros e o relógio é apenas o seu subordinado.
_____Portanto, venha! Pois entre o ontem e o amanhã, o agora é tesouro achado, nas mãos daqueles que amam, até nos últimos instantes dessa epopeia, que singularmente nos abraça.
_____Amor, venha! Amanhece agora, o orvalho umedece o teu coração fadigado. Daqui a pouco, o Sol surgirá imponente para encorajar os homens e mulheres, queimará nossas tristezas e aquecerá nossas alegrias.
_____Venha e se algum dia meteoros caírem sobre nós... Eu e você seremos fragmentos estrelares a divagar pelo universo.
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