A felicidade está nos momentos mais simples da vida

“A harmonia naquela cena não foi registrada em fotografia, mas ficou no melhor álbum que existe, a memória.”

REVISTA VICEJAR – LITERATURA ( Crônica )



_____Era um domingo de sol, nem muito quente nem muito preguiçoso, como há muito não se via. Fui à cozinha, abri a geladeira, o armário e vasculhei ambos como se procurasse um tesouro. Olhei cada ingrediente e imaginei a alquimia necessária para um apetitoso prato de um delicioso almoço de domingo.

_____Cozinhei com o calor do corpo vívido, temperei com a sutileza da alma, arrumei a mesa com a sabedoria da experiência. Todos sentaram-se com respeito e ansiedade de um ritual. Brindamos com sorrisos e saboreamos cada detalhe, cor e perfume de uma mesa rodeada da essência primordial da vida, a família.

_____A harmonia naquela cena não foi registrada em fotografia, mas ficou no melhor álbum que existe, a memória. Que insiste em recordar a essência que não pode ser capturada na tela de nenhum celular. Essa essência só pode ser apreciada pelos olhos da alma!

_____E toda simplicidade desse ato, só me fez ter uma digestão de carinho que deixou vontade de quero mais. E desejei mais domingos de sol, desejei mais alquimia, desejei mais famílias como essa num mundo onde o supérfluo está virando pó que o vento insiste em levar.


 TEXTO: Valéria Rezende 
Valéria Rezende é carioca, doceira e poeta. Casada e mãe de um casal de filhos, a autora da Zona Norte do Rio de Janeiro lançou, em 2019, a antologia poética NEM TUDO O QUE VOA É PÁSSARO. E continua sua jornada literária em O CAMINHANTE NA POESIA DO TEMPO, lançado esse ano, onde reúne contos e poesias.
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