“Todos os dias vivemos entre incertezas futuras, probabilidades, ausências de garantias...”
REVISTA VICEJAR – LITERATURA ( Crônica )
_____Sempre admirei a palavra “talvez”. Não necessariamente por causa de sua escrita. Mas, justamente em virtude do seu poder semântico, ou seja, o caráter significativo que traz consigo. Talvez, na Língua Portuguesa está classificado como advérbio de dúvida. E a dúvida, sem dúvida alguma é a mãe da ansiedade e de toda angústia.
_____Entre o sim e o não existe o talvez. Neutralizando as respostas que desejamos ouvir ou ler. É o talvez que nos comove, sucumbe nosso juízo e razão.
_____Um talvez dito, camufla as verdades e mentiras. É o meio termo, o x da questão, a omissão dos fatos, a incógnita perdida, a resposta indecisa.
_____O fato é que nossa vida está cercada pelo talvez. E essa palavra permanece impregnada na nossa finita existência. “Talvez sejamos felizes”, “ Talvez encontremos o amor de nossa vida” “ talvez...”
_____Todos os dias vivemos entre incertezas futuras, probabilidades, ausências de garantias. Tudo isso nos promove desconforto e insegurança. Contudo, é exatamente nas nebulosidades circundantes, ministradas pelo talvez, que nós encontramos motivação para vivermos a cada dia, a cada minuto, a cada segundo, como se fosse a nossa última chance.
_____Quando o talvez impera em nossa mente. É hora de agirmos, tomarmos atitudes, ganharmos coragem e confiança. A falta de convencimento, em algumas ocasiões nos anula.
_____Talvez, essa crônica não tenha sentido. Porque o sentido do talvez sempre será regido em mão dupla. São as regras da vida, que se sobrepõem entre nós constantemente.
_____Escrevemos nossa história a todo instante. Somos autores, ou coautores da nossa vivência. E, sendo assim, esperamos que no nosso último capítulo, o talvez não esteja ali escrito, para expressar o que poderia ter sido feito e assim, não o foi.
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