“Das escolas literárias que temos, o amor se expõe de acordo com as características de cada uma delas...”
REVISTA VICEJAR – LITERATURA ( Crônica )
_____Não há como negar, querido leitor ou leitora, a força que o amor exerce nas artes, em especial na Literatura. Sentimento que inspira os poetas e escritores, o amor é núcleo das narrativas mais primorosas que permeiam nossa imaginação.
_____Dado a esse afeto, que nos une, o amor é colocado nas suas várias nuances e inserido no contexto social e literário de um determinado período, época, tempo e lugar. Das escolas literárias que temos, o amor se expõe de acordo com as características de cada uma delas, sendo refletido assim, na composição de suas personagens e enredos. E claro, cada leitor, há de se identificar de qual escola literária, seu coração apaixonado pulsa mais acelerado, no mundo das letras.
_____Se você leitor, aprecia soletrar o amor e versejá-lo em cenários bucólicos e campestres, galateando sua amada, entre os vales esverdeados de Minas Gerais, seu amor é do estilo do Arcadismo brasileiro e sua musa inspiradora tem os atributos de Marília de Dirceu.
_____Já para o leitor, que ama exageradamente, morre por amor, repete dezenas de vezes a mesma balada, idealiza o amor na sua mais sublime perfeição, gosta de presentear com flores e chocolates. Devo dizer, caríssimo leitor, a 2° geração romântica é o seu tipo de amor literário, celebre-o, declamando o poema “Segredos” de Casimiro de Abreu.
_____Quando abordamos o amor de forma oblíqua, dissimulada e com olhos de ressaca, esse leitor é munido do Realismo, tendência literária que abre as entranhas sociais e todas as mazelas que sucumbem os homens. Estimado leitor, aprecie o triângulo amoroso mais notável da Literatura Brasileira, em “Dom Casmurro” de Machado de Assis.
_____Agora, há também, o amor expresso, lapidado em versos ricos, descrito em minúcias, longe de imoderado romantismo, a você leitor, temos o amor Parnasiano, como dedicatória, ofereço o poema “Remorso” de Olavo Bilac.
_____No entanto, para o leitor, que ama de todas as formas, vivencia esse sentimento na sua singularidade e pluralidade, declama o amor em Tupi, no sotaque caipira, na norma-culta ou na Língua do povo. Ao leitor, que dança amorosamente e no final termina solitário. Temos o amor Modernista, no poema “Quadrilha” de Carlos Drummond de Andrade.
_____Nas mais amplas manifestações, o amor está lá. Ora sozinho, ora em meio à multidão. Ele surge como chama a iluminar os corações mais contritos e a cintilar os céus sombrios. Ah, poetas! O que há de tão misterioso nesse sentimento? Talvez, nem a mais sábia poesia poderia nos responder, porque se o soubesse, então, não seria mais, o amor.
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