Afinal, onde mora a tal felicidade?

“Então percebi, que a felicidade morava no processo de amar a simplicidade das coisas.”

REVISTA VICEJAR – LITERATURA ( Crônica )

 


_____E quem nunca sonhou e se encantou com o pote de ouro escondido no fim do arco-íris? Abusou da imaginação em multicores, onde se descia como em um escorrega no parque, e bum! Chegava ao fim e mergulhava num grande pote de ouro.  

_____A grande vantagem de tal lenda, é poder sonhar. Todos os sonhos são grandiosos, coloridos, são fortes e persistentes. Exigem do sonhador luta, fé, força braçal e intelectual.  

_____Os sonhos são os ventos que movem os moinhos de nossas vidas, são os faróis que guiam nossos navios particulares em meio a tempestade, são o que nos trazem à terra quando ousamos ir até o espaço. E vamos até lá por muitos sonhos e regressamos por todos eles.  

_____É claro, que um dos maiores sonhos de todos nós é encontrarmos a felicidade. Seja ela no pote de ouro no fim do arco-íris ou na padaria da esquina, que porventura vende sonhos. E não deixa de ser uma felicidade, degustar um delicioso "sonho"... Já viu alguém infeliz degustando sonhos? Eu não!  

_____Mas afinal onde mora a felicidade que almejamos nos nossos sonhos diários? Será um jogo de esconde-esconde? Ou será que deixamos de procurá-la na simplicidade das coisas?  

_____Minha mãe disse-me certa vez, que sua maior felicidade em criança era brincar com as bonecas feitas de espigas de milho, e pentear-lhes os cabelos loiros e por vezes ruivos e vestir-lhes com roupas feitas das próprias folhas. Achei uma felicidade pequena! Mas não para ela, que sentia a emoção da dedicação em fazer sua própria boneca.  

_____Então percebi, que a felicidade morava no processo de amar a simplicidade das coisas. Morava na capacidade de olhar para algo pequenino e singelo, e enxergar algo grande e lindo.  

_____Mora a felicidade nas coisas que almejamos, ou na menina dos nossos olhos que enxerga como um sonhador? Somos felizes quando acreditamos no pote de ouro no fim do arco-íris, ou quando enxergamos que a felicidade está em tudo que vivemos ao longo desse caminho?  

_____Nem sempre temos as respostas para todas as perguntas que fazemos. Mas há sempre a possibilidade de encontrar a felicidade, sem nada perguntar. Apenas olhar para a simplicidade das pequenas coisas que nos rodeiam, e enxergar a grandeza que enxerga um sonhador.  

_____Isso explica as tempestades que invadem nossas vidas. É para nos fazer sonhar com arco-íris. A felicidade pode até não morar dentro do pote de ouro no fim de um arco-íris, mas, me faz acreditar que faz morada nas tempestades da vida.  

_____Simples assim!









 TEXTO: Flaviane Borges  
FACEBOOK: Depois-daqueles-dias 
Flaviane Borges Gomes, nascida aos 25 de setembro de 1981, em Dom Cavati, interior de Minas Gerais. Completou seus estudos na Escola Estadual Profa. Ilma de Lana Emerik Caldeira, em 1999. Despertou gosto pela escrita desde muito cedo, embora tenha um vasto material escrito, dentre poesias, frases filosóficas, textos e afins, o que fez por amor à escrita em seus momentos sós. Participou da Antologia "Arte em Poesia", pela Editora Sol. É autora da "Página depois daqueles dias", que leva o nome do seu primeiro livro a ser publicado em breve. Hoje luso-brasileira, reside em Portugal, onde continua sua jornada no mundo da escrita.
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