“Um homem na rua andava apressado, falando ao celular. Parecia urgente e preocupado.”
REVISTA VICEJAR – LITERATURA ( Crônica )
O dia estava claro e sorridente.
Um beija-flor se deliciou na água do bebedouro, agradeceu e voou. E voltou.
Uma abelha se lambuzou e abusou da encantadora e sedutora flor da minha floreira.
O sol me cobriu com seu manto quente e aconchegante.
Uma nuvem de algodão atravessou o céu com pressa.
A brisa a ajudou e trouxe até mim a folha seca de uma árvore.
Uma minúscula formiga carregava uma gigantesca migalha. Seria seu almoço?
Um urubu planava em círculos. Estaria observando seu almoço?
Um passarinho procurava por algo pelo chão.
Não encontrou, mas, antes de alçar voo, fez cocô. Sorri.
O gato do vizinho cochilava sobre o muro com olhos fechados e orelhas atentas.
Um cachorro latia longe com certo alarde. Devia ser o carteiro.
Duas mulheres conversavam do outro lado da rua fazendo gestos e rindo. Seria receita de bolo?
Um homem na rua andava apressado, falando ao celular. Parecia urgente e preocupado.
Pena, passou tão rápido que não pôde sentir o cheiro do pãozinho fresco que a brisa trazia lá da padaria.
Eu? Estava sentada na varanda da minha casa quando observei a vida.
Belo texto! Parabéns!
ResponderExcluirQuantos pequeno "milagres" a gente perde por viver no automático todos os dias. Perdemos o hábito de observar, de verdade, o mundo à nossa volta. Parabéns pelo texto, poetisa Valéria Rezende!
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