REVISTA VICEJAR – LITERATURA ( Crônica )
_____Faz uma noite febril, típica do mês de outubro. Com o calor a umedecer minha carne fria, sentei-me no banco da praça. Um vento tépido me acenava e no horizonte, uma estrela solitária pontilhava palavras de esperança.
_____Em minha distração, um senhor de face risonha, aproximou-se de mim e entregou-me um papel, que com letras tortuosas escritas, trouxe-me as seguintes reflexões:
_____Não saque arma, atire livros, lembre-se sempre de que o amor não exige continência. Saiba também, que liberdade é direito e dever e não demagogia. Ah, por favor, leve com você isso: a democracia nunca “amarelou”.
_____Família é onde reside afeto e Deus não está acima de ninguém. Ele caminha ao lado de quem o deseja. Se és de fato, patriota, tenha ciência de que a pátria é mãe de todos. E ela se pinta com todas as cores e discursa nos mais variados sotaques. Quando ouvires às margens plácidas, cante com amor, não com ódio.
_____Tomar cloroquina não vai curar o teu radicalismo e o partido da bandeira nacional é o povo brasileiro. Abra a porteira da tua mente, não sejas gado a ser guiado por lobos, exibidores de medalhas. E por último, não bloqueie estradas, bloqueie o seu preconceito!
_____Ass: Silva Brasil
_____Após a leitura, levantei meus olhos. O dito senhor, desapareceu em meio à penumbra. E antes de seguir meu caminho, avistei fogos de artifício estalando, entre a Lua e algumas nuvens avermelhadas.
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