“Nessa linha reta da vida, alguns nós se formam, porque a linearidade, não nos ensina a desatar os emaranhados fios."
REVISTA VICEJAR – LITERATURA ( Crônica )
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_____Despedidas são necessárias, sem elas, não teríamos a experiência de chegar a qualquer lugar. Sem elas, não teríamos o breve abraço do “até logo”, o simpático abraço do “se cuide” ou o demorado abraço do “adeus”.
_____Ciclos se findam, amizades se vão através das circunstâncias propostas pela vida. Deixamos a escola, nossos amigos e nossos professores. Saímos de casa, da nossa aldeia, para habitarmos em outros mundos, redigir histórias, em páginas desertas. Encerrar assim, rotinas, com a necessidade de renovar nossos questionamentos, saborear novas fontes, secar nossa pele, em outro calor.
_____Despedidas são necessárias, sem elas, não sentiríamos a dor da ausência, o afeto não mais recebido, a alegria do sorriso. Por outro lado, despedidas nos fazem ter a coragem de partir, mesmo quando a estrada é sinuosa e escura. Saber ir, se faz útil para entender, a importância do outro seguir, sem a nossa companhia.
_____Para todo início, o fim... O ano acaba, para que o futuro se torne presente outra vez. Nessa linha reta da vida, alguns nós se formam, porque a linearidade, não nos ensina a desatar os emaranhados fios.
_____Na matemática da vida, mais um dia, se resume em menos um. O tempo serpenteia entre nós, convida as horas para um baile e numa espécie de miragem, somos hipnotizados, muitas das vezes, pela nossa própria omissão e medo de alcançar o novo.
_____Despedidas são necessárias, alguns amores embarcam nessas idas, não pela sua falta, mas para que de fato, se presuma de que o amor, também se apresente na distância, no hiato dos corpos, na comissura do silêncio, na saudade visitante das noites de domingo.
_____Todo dia, uma despedida bate à nossa porta. Pode ser no raiar da manhã, na esquina da padaria, no voo da madrugada, no cintilar da noite. Hoje aqui e o amanhã nos socorre com seus improvisos, com a incerteza do talvez, ou na concretude do destino. É preciso apenas partir, para que outras vozes venham falar por nós. E serenos ventos, apenas se atrevam a soprar, as nuvens de sonhos.
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