“O para sempre, sempre esteve aqui, no aconchego do abraço, no antônimo do adeus, no declamar do verso."
REVISTA VICEJAR – LITERATURA ( Crônica )
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_____Certa noite, enquanto minhas retinas cansadas passeavam em alguns arquivos do computador, deparei-me com um minúsculo poema, que dizia assim: “O para sempre / também para.” Foi assim, que numa espécie de êxtase, histerismo ou epifania, julgue o leitor como quiser, pude então, redigir essa crônica...
_____O para sempre também para... Para no crepúsculo que esfria a chegada da noite, para no arder dos olhos, durante o aceno do pôr do sol. O para sempre se finda no corredor de um hospital, na chamada do voo noturno, na despedida dos amantes.
_____O para sempre se vai, no tique-taque das horas, no soar da sineta da última aula do ano, na chuva que desce mansa ou frenética. No fechar e no abrir dos olhos. Há quem diga, que o para sempre pode se render nos minutos de um beijo, na redenção de um prêmio, nos encontros programados ou aleatórios da vida.
_____Li em algumas palavras, que o para sempre poderia caber numa vida inteira ou apenas nos milésimos que nos unem, para depois se dissipar, feito neblina, nas manhãs de intenso frio.
_____O para sempre para, na esquina da tua casa, no semáforo vermelho, no apito do trem, no despertar da primeira estrela. O para sempre, sempre esteve aqui, no aconchego do abraço, no antônimo do adeus, no declamar do verso.
_____Certifico que o para sempre está na tua ida, na fuga dos sentimentos, no nunca mais que se apresenta como nossa única alternativa. O para sempre canta para nós, ele se resenha na esperança, na perspectiva do amanhã, mas também, na sublime utopia.
_____O para sempre descabela a razão dos sábios, embate as leis da física, desmorona os relevos dos sensatos. Restaura o romance dos apaixonados. O para sempre existe.
_____Existe o para sempre...
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