"Do Norte ao Sul, tracejando o poente, um avião se entrega ao céu purpúreo, no momento em que suas formas, se refletem no meu olhar."
REVISTA VICEJAR – LITERATURA ( Crônica )
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_____Anoitece e as cigarras silenciam, enquanto os grilos assumem a cantoria no crepúsculo. O domingo se dilui, entre a sonoridade da tv vizinha e o grito solto de gol no quintal ao lado. Converto-me a ouvir os ruídos de um dia que se vai. A lira se repete, sempre concebendo a rotina de mais uma semana.
_____Logo, os dramas diários estarão aqui, acenando para suas vivências, acertos e improvisos. Das primogênitas luzes acesas, vidas se figuram entre paredes e vidraças das janelas.
_____Anoitece e a Lua se sobrepõe entre os farrapos de nuvens ladeados de estrelas. Do Norte ao Sul, tracejando o poente, um avião se entrega ao céu purpúreo, no momento em que suas formas, se refletem no meu olhar.
_____Detenho minhas palavras, numa maneira de umedecer os poucos sentimentos que redijo nessa crônica. Ela é resultado das minhas horas, em que a saudade me visita, repostando os lugares que um dia me visitaram.
_____Anoitece e o meu corpo se acomoda na fadiga diária e os meus olhos cerram, na constância das estrelas, na espera do ímpeto nascer do Sol. Em meu coração, verbalizo o anoitecer, assim como também anoitece nos prédios da tua, da minha rua.
_____Os cânticos se calam, a caneta em estado de inércia, adormece sobre o papel. A poesia se dissipa e do seu pó, torna-se terra fértil, para florescer novos versos.
_____Anoitece e dos postes, vejo o iluminar dos teus pés, o tropeço dos homens, a cavalgada da multidão. O anoitecer assim se conjuga, no apito final da partida, na última estação do trem, na leitura do epílogo, no desfecho da cena.
_____Anoitece no Uruguai, nos lares americanos, na península do Mediterrâneo, no cais do porto. Anoitece no sorriso que se retrai...
_____Anoitece.
_____Anoitecemos...
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