O acirramento de polêmicas sobre questões ecológicas tem produzido energia suficiente para gerar discussões acaloradas.
REVISTA VICEJAR – CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE
E não é que de repente todos passaram a se preocupar com o meio ambiente!?
Para que isso fosse possível, foi necessária a ausência de chuva por um longo período e a iminente ameaça de racionamento de água, especialmente nos grandes centros, para subir de vez a temperatura da opinião pública. No exterior, tornados mais intensos, terremotos decorrentes de deslocamento das placas tectônicas, além de outas manifestações da natureza, estamparam manchetes em jornais de todo o mundo.
A quebra seguida de recordes de temperaturas elevadas agora tornou-se a estrela dos grandes debates sobre o meio ambiente, sendo que a maioria se posiciona categoricamente contra os países mais industrializados, apontando-os como sendo os principais responsável por insuportáveis ondas de calor, devido aos índices galopantes de aumento da poluição. A alta temperatura, decorrente do chamado efeito estufa, nada mais é do que a constatação do estado febril em que o planeta doente se encontra.
O acirramento de polêmicas
sobre questões ecológicas tem produzido energia suficiente para gerar
discussões acaloradas. É bem verdade que a maioria da população não dispõe de
dados necessários para dar um parecer preciso acerca do assunto, mas, mesmo
assim, muita gente faz questão de se informar para poder emitir a sua opinião e
isso pode ser visto, de certa forma, como sendo algo positivo.
Sentir “na pele” os efeitos
desse desequilíbrio ambiental deixou de ser visto apenas como modismo, ganhando
o status de saúde pública e preocupação individual com os desdobramentos mais
delicados, que desembocam naquilo que se convencionou chamar de “qualidade de
vida”, algo que passou a ser do interesse de todos.
A água, por exemplo, um
recurso natural abundante e essencial à vida, é objeto de descaso de autoridades,
uma vez que muito próximo das grandes cidades são lançados esgotos domésticos e
resíduos industriais das mais variadas origens, deixando peixes e outros seres
vivos sedentos por um pouco de águas claras. Em seu leito a vida já não vem
encontrando mais condições para se desenvolver e, a continuar assim, tudo que
ali existe estará caminhando em direção à morte certa.
Apesar de que alguns segmentos
tenham se manifestado e se movimentado sobre o assunto, boa parte ainda se
mantém neutra, para não dizer omissa. Embora muitos digam que a natureza é a
manifestação visível de Deus, as religiões, em particular, demoraram para
saírem do “estado morno” em que se colocaram até então.
É sabido que a água é usada
como símbolo em muitos cultos, em várias partes do mundo. Algumas vezes em
rituais de batismo, outras para lavar escadarias e outras, ainda, para
cerimônias à beira mar. Existem, também, as mais diversas maneiras de utilizar
a água e todas com um forte significado simbólico, na maioria das crenças. No
entanto, penso que já passou da hora de perceberem que a água não é apenas um
simples símbolo. Mais do que isso, esse líquido precioso é essencial para
preservar aquilo que se tem de mais sagrado: a VIDA!
Segundo muitas religiões, ao Ser Supremo coube criar e ao ser humano cabe a incumbência de preservar a criação. Infelizmente, ao invés de se posicionar como “filhos de Deus”, como se autodenomina, a chamada “principal” de suas criaturas tem se portado como o mais temido e destruidor das espécies que habitam essa “nave azul” suspensa no universo, chamada de “Mãe Terra” por todos nós, seus ingratos viajantes.
Segundo muitas religiões, ao Ser Supremo coube criar e ao ser humano cabe a incumbência de preservar a criação. Infelizmente, ao invés de se posicionar como “filhos de Deus”, como se autodenomina, a chamada “principal” de suas criaturas tem se portado como o mais temido e destruidor das espécies que habitam essa “nave azul” suspensa no universo, chamada de “Mãe Terra” por todos nós, seus ingratos viajantes.
TEXTO: Paulo Cesar Paschoalini


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