“É na pausa da música que as falas se entendem, quando falar só se concretiza por um modo único de calar.”
REVISTA VICEJAR – LITERATURA (Crônica)
_____Há encontros que são urgentes e que, pela sua emergência, se tornam inadiáveis.
_____Por isso, num tempo que se faz novo, é tempo de reinventar o tempo e construir uma nova linguagem da vida. Um universo a moldar-se pelo inverso.
_____Um edificar de outros versos capazes de versar um diferente sentir, num silêncio que nos desafie o sentido maior de nos vermos crescer.
_____Porque apenas quem se descobre no silêncio abre a porta ao que lhe fala de si, do que é e do que pode ser.
_____Não um qualquer ser, mas um ser que se encontra consigo próprio, nessa forma que lhe é tão própria de se redescobrir.
_____É na pausa da música que as falas se entendem, quando falar só se concretiza por um modo único de calar.
_____Não esqueçamos que o futuro começa sempre em cada hoje pronto a viver. E em cada noite em nós, poderá existir ainda a esperança dos dias nos sorrirem mais próximo.
_____Somos artesãos permanentes de uma obra inacabada.
_____Por isso, num tempo que se faz novo, é tempo de reinventar o tempo pelo silêncio que, ruidosamente habilidoso, nos possa desconstruir a solidão com a força de um abraço dentro do olhar, a tocar como se fossem mãos.
_____E o coração livre, capaz de voar sobre o fio da coragem, numa espera de novos dias com asas.
_____Então, por fim, talvez possamos voltar a pousar, serenos, na luz desse alguém que nos reacenda a pele.
TEXTO: Paula Freire
FACEBOOK: https://www.facebook.com/su.lima834
Natural de Lourenço Marques, Moçambique, reside atualmente em Vila Nova de Gaia, Portugal. Com formação académica em Psicologia e especialização em Psicoterapia, dedicou vários anos do seu percurso profissional à formação de adultos, nas áreas das Relações Humanas e do Auto-Conhecimento, bem como à prática de clínica privada. Desde muito cedo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita, tendo colaborado regularmente com publicações em meios de comunicação da imprensa local. O desenho foi sempre outra das suas paixões, sendo autora das imagens de capa de duas obras poéticas lançadas pela Editora Imagem e Publicações em 2021. Há alguns anos, descobriu-se no seu ‘amor’ pela arte da fotografia onde aprecia retratar, em particular, a beleza feminina e a dimensão artística dos elementos da natureza.
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A articulista atua como Colaboradora deste Blog e o texto acima expressa somente o ponto de vista da autora, sendo o conteúdo de sua total responsabilidade.
Parabéns pela linda Crónica. Um abraço.
ResponderExcluirMuito obrigada pelas suas palavras, António. Que sobre o fio da coragem mantenhamos, com esperança em nós, a espera desses novos dias com asas. Devolvo o seu abraço, com amizade.
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