_____Na contagem decrescente dos dias, nada me inquieta, nem me tira o sono.
_____O tempo vivido foi pleno e nada do que passei me traz arrependimento.
_____Hoje, as recordações, sem lágrimas ou ressentimentos, são a força dinamizadora das minhas atitudes, do meu desejo de tornar este mundo melhor, de animar quem não encontrou a paz merecida, de acarinhar quem sofre as dores da doença, de desejar dias de paz e bem-aventuranças para os que sofrem a desdita de uma guerra, passando por privações.
_____Sou feliz com o pouco que tenho, não ambiciono riquezas ou grandezas. Bastam-me os sonhos e o que vou concretizando, dentro do pequeno mundo que me rodeia.
_____A velhice, cada vez mais abrangente em todo o mundo, nem sempre é olhada com o respeito que merece.
_____Surgem sempre, no meu espírito, algumas interrogações sobre o futuro.
_____Mas depressa se dissipam, pois eu não sei o que significa “futuro”. Para quê, preocupar-me com o que não existe? Penso no dia de hoje e agradeço a saúde, a paz, as capacidades que ainda tenho, e o amanhã será o que tiver de ser, se houver amanhã!
_____Afinal, há tantos idosos como eu, hoje, a sofrer. Uns, porque não têm o carinho de ninguém, outros, porque estão sós no meio da multidão, e ainda há, os que perderam a razão e já não sabem onde estão.
_____As notícias constantes que nos chegam sobre a dor, a morte, a destruição do trabalho conseguido durante uma vida, embora distante de nós, cortam-nos a respiração, sufocam-nos a alma com a solidariedade que sentimos e o pensamento do que faríamos, se nos víssemos em idêntica situação.
_____Como reagiríamos, ouvindo o som estridente das bombas assassinas? Como aguentaríamos ver os nossos amigos e familiares perecerem injustamente, sem nada de errado terem feito?
_____Como suportaríamos saber que os nossos netos eram usados como “balas para canhões”?
_____Como aceitaríamos não ter luz, aquecimento, água, vendo-nos privados de tudo o que é essencial à sobrevivência?
_____Tudo isto se passa em diferentes lugares do mundo, e não tão longe de nós, como pensamos.
_____Sabemos que os mais vulneráveis, os idosos, são os mais atingidos por estas maldades. As crianças, ainda têm os pais para as protegerem. Os idosos vêem-se sozinhos.
_____Sentimo-nos impotentes para virar as páginas sangrentas da história.
_____Bendigamos, aqui, a paz, a saúde, a amizade e o amor que desejamos preservar.
TEXTO: Graça Foles Amiguinho
FACEBOOK: Graça Foles Amiguinho Poesia
Graça Foles Amiguinho nasceu em 13 de fevereiro de 1946, em Santa Eulália - Elvas, Portugal. Foi graduada no Curso de Magistério Primário, em 1965, tendo trabalhado em várias escolas no Alentejo, até 1969, e posteriormente vivendo e trabalhando no Distrito do Porto. Em 1984 teve um Programa semanal, numa Rádio Local de Gaia, intitulado “Pontos nos iis”, sobre Educação. Em 2005 editou o primeiro livro de Poesia “O Meu Sentir”. Em 2015, começou a escrever, semanalmente, uma Crónica, no jornal online, Elvasnews. Em 2018, editou o segundo livro de Poesia “Alma Alentejana” e musicou diversos poemas. Em janeiro de 2019, foi lançada a primeira Colectânea, que organizou com 41 autores, “Elvas à Vista”, musicando um poema para cada poeta inscrito. Em setembro de 2019, foi apresentada a segunda Colectânea, com 67 autores, de Portugal e Extremadura Espanhola, “Eurocidade, Badajoz, Elvas, Campo Maior” sob a sua coordenação, musicando vários poemas. Em fevereiro de 2020, editou o terceiro livro de Poesia “Não te disse Adeus” e musicou 6 poemas. Em setembro de 2020, organizou a terceira Colectânea “Raia Luso Espanhola, Literatura e Artes”, com 48 autores Portugueses e Espanhóis da Extremadura e Galiza, tendo musicado 6 poemas. Em dezembro de 2020, após ter contraído Covid, gravou em estúdio, o poema, com música sua, “Foram dias, foram anos”. Em fevereiro 2021, gravou o poema e música “Meu Alentejo Raízes ” e, ainda, foi convidada a colaborar no Blog online de “De Vella A Bella”, da Galiza. Em setembro do mesmo ano foi lançada a Colectânea “Cultura sem Fronteiras”, sob a minha alçada. A par da Colectânea, musicou 9 poemas de autores e 3 meus, e gravou o seu primeiro CD. Lançou a sua obra em Prosa e Poesia “Meu Alentejo, Saudade”. Também começou a colaborar, mensalmente, com uma Crónica, na revista “O Lusitano” de Zurique, como convidada. Tem outra obra, em colaboração com seu filho Rui Miguel Amiguinho Barros, intitulada “Poesia e Arte”, já editada. Ainda em 2022 será editada a primeira obra para crianças, "Cães e Gatos, Animais de Estimação". Em 2023 sairá o seu primeiro romance, "O Amor na Guerra".
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A articulista atua como Colaboradora deste Blog e o texto acima expressa somente o ponto de vista da autora, sendo o conteúdo de sua total responsabilidade.
É um prazer estar convosco! Obrigado pelo amável acolhimento. Beijinhos de Portugal.
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