Música: "Nosso fim, nosso começo"

Aprendi que as lendas devem servir para nos ensinar lições, desafios e não para nos ditar regras de conduta.

REVISTA VICEJAR - ARTE E CULTURA ( Música )



MÚSICA: "Nosso fim, nosso começo" 
(Composição e interpretação: Guilherme Arantes)

Talvez
O futuro nos prepare uma surpresa
Um resgate nesta louca correnteza
Qualquer nave que nos leve
Pelo espaço, encontrar os deuses

Talvez
Um herói venha a surgir por entre as cinzas
Das ruínas se levante e alcance a glória
Na moral da história
O mito acabe com a razão

Mas a verdade está acima do bem e do mal
Nossa lógica furada é a arma mais mortal
A raiz de todo o erro
A medida desse medo de mudar e achar o avesso
Nosso fim, nosso começo

É a nossa visão congelada no tempo
Esperando as respostas caírem do céu
Acreditar nas lendas do que virá
É um álibi perfeito e tudo fica como está

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A música 
Nosso fim, nosso começo surgiu no final de minha adolescência e começo de minha juventude. Serviu para ajudar a destruir mitos antigos e descartar velhas crenças, dando espaço para o desenvolvimento de novos sonhos e a criação de novos ideais. Mas, acima de tudo, serviu para me fazer olhar para dentro, tentando perceber o que realmente eu era e em que realmente eu acreditava.

O que eu esperava do futuro? Qual era a base de minhas crenças? Quem eram meus heróis? O que eles tinham de real e até onde eles podiam me ajudar? O que é a verdade e até onde podemos compreendê-la? É possível discernir entre o bem e o mal sem atá-los a nossas crenças? Como devo acreditar na lógica vigente e até que ponto ela nos limita? Do que ou de quem realmente eu tenho medo? O que eu acharia em meu avesso? Qual o peso de meu avesso em meu ser?

Descobri que o avesso está mais próximo do direito do que imaginamos. E que todo fim é um novo começo, que também acaba tendo um fim. Percebi que não devo esperar as respostas; devo buscá-las. Compreendi que se a palavra “esperança” for interpretada como “não desistir” ela é válida, mas se for entendida como “aguardar, deixar acontecer”, é um enorme erro. Aprendi que as lendas devem servir para nos ensinar lições, desafios e não para nos ditar regras de conduta.

Pude entender que não deveria aceitar os paradigmas sem antes questioná-los e compreendê-los, ao menos em parte. E que sempre paradigmas novos surgem para substituir os velhos.

Enfim, a arte pode servir para nos acalmar, nos divertir e maravilhar. Mas deve servir também para nos fazer transcender nossos limites, aguçar nossas compreensões sobre nós mesmos, redirecionar nossos passos pelos caminhos da vida. É um dos quatro pilares que sustentam a evolução humana e só tem seu verdadeiro valor se atrelado aos outros três: a ciência, a filosofia e a fé.

Creio que essa composição de Guilherme Arantes seja capaz disso. Ao menos, para mim, foi até além disso; me serviu de inspiração para algumas de minhas importantes decisões.


BLOG: http://centroelemental.blogspot.com.br
Alex Francisco Paschoalini é graduado em Ciências Contábeis, licenciado em Filosofia e pós-graduado em Educação. Professor na área de Gestão no Centro Universitário SENAC Águas de São Pedro-SP e nos cursos técnicos da ETEC Gustavo Teixeira, em São Pedro-SP, e como professor de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio, na mesma ETEC. Escreve poesias, contos e crônicas e tem formação em Terapias Holísticas, em especial na técnica de Respiração Holotrópica e Renascimento. Seus textos “Crises necessárias” e “A guerra de cada um” foram publicados no Jornal de Piracicaba em 2013. É compositor, em parceria, de 20 músicas, de diversos estilos. É autor de “Caminho das flores”, “Sociedade dos sete caminhos” e “Diário de um coveiro”, romances para lançamento em breve (aguardando patrocínio)..
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