Aspectos da Moral e da Ética

O primeiro tem caráter subjetivo e social, enquanto o segundo tem um caráter universal.

REVISTA VICEJAR - FILOSOFIA E SOCIOLOGIA


Embora de maneira superficial, o entendimento filosófico sobre os termos “Moral” e “Ética” pode nos ajudar a ter uma compreensão maior sob os aspectos diversos da busca humana por um sentido maior, seja este conhecido como Deus ou deuses, ou apenas uma maior harmonia na convivência humana.

Primeiramente é preciso dizer que a etimologia de ambas as palavras lhe conferem um aspecto de similaridade. O termo latino moris e o termo grego ethos são entendidos como costumes. Mas aos olhos da filosofia, ambos possuem funções diferenciadas.

Moral são as regras de conduta de uma determinada cultura ou de um determinado grupo, enquanto que a Ética é o estudo teórico do conjunto de regras morais das sociedades humanas. O primeiro tem caráter subjetivo e social, enquanto o segundo tem um caráter universal. Seriam a prática e a teoria das atitudes humanas, a ação e o conhecimento.

Afirma-se que a Moral sempre existiu, visto que todo ser humano dotado de razão sabe distinguir o bem do mal no contexto em que vive. A Ética, por outro lado, surgiu a partir da filosofia clássica na Grécia e serve para investigar e explicar as normas morais isenta da influência dos conceitos de tradição, educação ou hábito, fundamentando-se na lógica e na inteligência. É, por assim dizer, o bom senso do comportamento individual e coletivo.

Podemos concluir que a Moral é o ponto de origem da vida social enquanto que a Ética é o marco divisório da vida intelectual. A partir desse ponto, passamos a analisar esses termos no aspecto do desenvolvimento humano, em especial, no que diz respeito às doutrinas religiosas e ao embate fé e razão, ou crença e ateísmo.

As instituições religiosas são as guardiãs da tradição, dos costumes e ritos e essa atitude geralmente esbarra nos conceitos morais primitivos de sua criação. Da mesma forma, suas doutrinas filosóficas protegem os dogmas que fundamentam a religião e são eminentemente tradicionais e moralistas, na grande maioria dos casos.

Até mesmo o conjunto dos membros, apesar de muitas vezes formarem linhas paralelas de atuação dentro do contexto de cada religião, como a Teologia da Libertação no caso da Igreja Católica no Brasil, e de ter parcialmente uma conduta mais voltada à ética, mesmo que contrariando alguns ditames morais por já estarem ultrapassados, ainda assim esbarram no dogmatismo ao qual são subordinados.

Resta, então, o indivíduo, seja ele crente ou descrente, religioso ou ateu, como fonte de evolução humana, voltando ao que já pregava Aristóteles, ao afirmar que o indivíduo é que deveria ser trabalhado. Portanto, Moral são os vários caminhos que podem ser percorridos, enquanto que Ética e a maneira de caminhar e o destino que esses caminhos devem levar.


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Alex Francisco Paschoalini é graduado em Ciências Contábeis, licenciado em Filosofia e pós-graduado em Educação. Professor na área de Gestão no Centro Universitário SENAC Águas de São Pedro-SP e nos cursos técnicos da ETEC Gustavo Teixeira, em São Pedro-SP, e como professor de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio, na mesma ETEC. Escreve poesias, contos e crônicas e tem formação em Terapias Holísticas, em especial na técnica de Respiração Holotrópica e Renascimento. Seus textos “Crises necessárias” e “A guerra de cada um” foram publicados no Jornal de Piracicaba em 2013. É compositor, em parceria, de 20 músicas, de diversos estilos. É autor de “Caminho das flores”, “Sociedade dos sete caminhos” e “Diário de um coveiro”, romances para lançamento em breve (aguardando patrocínio)..
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